terça-feira, 26 de março de 2013

05/02 O Transito



Voltamos para Ranchi com nosso  motorista maluco. Aqui tenho que abri um parênteses para o transito da Índia. Após 1.400km rodados nesta viagem já deu para entender o transito na Índia. Nos disseram que eles são considerados os melhores motoristas do mundo. Realmente não vimos nenhum acidente, batida e congestionamento digno de ficar parados muito tempo.
O transito para qdo a passagem de trem ou bonde ou se tem uma obra muito grande na pista. Eles não são loucos como acreditávamos no começo é que eles não são condicionados. Não respeitam mão contra mão conversão proibida (nem tem esta placa) e tudo isto que atrapalha o fluxo. eles não correm mas não param.Vão se enfiando onde tem buraco. Carro ônibus, bicicletas, motos tuc tuc, rickchas tudo ao mesmo tempo movimentado-se ora a direita, ora a esquerda num ritmo só, como se fosse uma dança (aqui tudo é uma dança). Imagina um monte de Omar dirigindo. Em São Paulo, por exemplo, onde somos autômatos, as vezes ficamos horas parados um atrás do outro e a pista da outra mão vazia (tipo quando vamos a praia). Aqui isto jamais acontece.Uma pista vira duas sem precisar do cone da CET. Os guardas não atrapalham o trânsito e não ficam com o talão de multa na mão e sim com uma varinha de madeira(os da cidade). Ou um porrete (os da estrada) para reprimir os mais ousados(que era o caso do nosso motorista que se empolgava qdo via que eu estava filmando e ia pelo acostamento da contra mão). Daí o guarda vem olhando feio e batem com força no capo, na lateral do carro. E Até mesmo os outros motoristas chamam atenção de quem está abusando muito. Eu imaginei se fosse dirigir na Índia eu ia travar o trânsito.

03/02 Eu sempre sai a caminhar pela feia e poerenta cidade sozinha"


No outro dia (03/02) fomos visitar uma cachoeira que o mestre costumava ir. descobrimos que em Ranchi tem 7 megas cachoeiras. visitamos apenas uma que fica a 2 horas do ashran. 
Fomos penetrando na India interior cercada  de florestas e casinhas feitas de palhas semelhantes as nossas ocas indígenas. 
Por algum motivo que não descobrimos diziam que tínhamos que ter cuidado ali pois nesta região os indianos não são confiáveis e amistosos. diziam também que mesmo nos ashran era perigoso e que as mulheres jamais deveriam sair sozinhas.
Eu sempre sai a caminhar pela feia e poerenta cidade sozinha e não vi nada de perigoso. 
A cachoeira era linda mais tinha muito lixo. dessemos uma escada sem fim para chegar até ela. Ninguém teve coragem de entrar e tinha muitos caras lá embaixo bebendo, e pessoas com panelão cozinhando (como se estivessem fazendo churrasco mas era comida indiana) mas todos numa boa.

04/02 "nem um pensamento, nem sei se ao menos respirava"


04/02
A insatisfação com a austeridade do ashran era geral, por isso resolvemos passar um dia e uma noite em Bodh Gaya. Alugamos um jipe e saímos as 6 hs e chegamos lá ao meio dia. Cidade linda, cheio de hotéis de luxo e lotada de monges tibetano de carro, de bicicleta a pé, charrete etc. e muitos turistas ocidentais e orientais em geral. budistas do mundo inteiro. Bodh Gaya é a cidade que o Buda se iluminou. Ficamos no pior hotel da região (escolhido pelo nosso monge que não entende nada de conforto e que alegou que o hotel parecia um ashran). O hotel era embolorado, os quartos sujos e fedido e o banheiro não funcionava. era nojento. mas como na empolgação ele já havia pago adiantado e eram uma noite só resolvemos ficar. Fomos caminhando até o templo onde fica a árvore que o Buda ficou sentado por 8 anos e atingiu a iluminação. A cidade é toda colorida, uma alegria só. O templo budista maravilhoso, deslumbrante, as paredes todas talhadas, típica arquitetura hindu. Era tudo muito bem organizado e podia-se caminhar livremente por tudo. Chegamos na árvore. a base dela está cercada mas ela está tão grande que seus galhos espalharam-se por quase todo o templo e estes galhos são sustentados por ferro. A volta dela toda é rodeada por tapetes para os devotos meditarem. Fiquei observando e vi que tinha muitos pássaros e esquilos nela.
De repente uma folha seca caiu e foi uma correria de devotos disputar a folha, tinha até briga. Era assim, toda vez que caia uma folha era uma correria e uma disputa. Vi em um canto um grupo de monges vestidos com hábito vinho (da cor do Dalaia Lama acho que são mais adiantado) sentados imóveis meditando e uma chuva de folhas caiu sobre eles, mas adiante uma monja meditando e uma chuvas de folhas caiu sobre ela. resolvi então sentar e meditar. Ao meu lado duas mulheres chinesas (acho que eram mãe e filha) entoavam sem cessar um mantra repetitivo acho que a muito tempo. fiquei em silêncio e entrei no mantra delas e tudo foi ficando longe, longe, só ouvia aquelas vozinhas lá no fundo e mais nada, nem um pensamento, nem sei se ao menos respirava. Não sei quanto tempo durou aquilo. De repente elas pararam e também fui voltando. resolvi fazer minhas crias e de repente...ploft, bem no meio da minha cabeça.pus a mão e era uma folha. (estou levando-a para o Brasil)
Budygaya é linda mas ao longo dela tem um rio que não é cuidado, muito fedido, um esgoto ao céu aberto e por isso tem muito pernilongo. De vez em quando passa um caminhão saltando uma fumaça para matá-los. com tanta riqueza e monastérios não sei porque não se reúnem e tratam deste rio. Percebi que na Índia é sempre assim. O belo estonteante convivendo com o feio repugnante. Meu guru dizia que se a terra fosse perfeita iria ferir a lei divina da evolução pois  reencarnaríamos aqui por toda eternidade. Acho que se a Índia fosse perfeita ela teria muito mais que seus 1 bilhão e trezentos mil habitantes.
"faz-me enxergar por traz do véu de maia"
om paz amem

02/02 "O ambiente era também muito austero e silencioso"


Saimos de Agra as 5 da manhã em direção a Delhi para deixar o sobrepeso no hotel pois daqui por diante teríamos que carregar uma mochila só pois não teríamos mais o microonibus. Chegamos em Delhi por volta das 10:30 e em seguida fomos para o aeroporto pegar um voo para Ranchi. 
Chegamos em Ranchi por volta das 14 hs e fomos direto para o ashran sede central da Yogoda(self) na India. Um ashran grande, parecendo uma fazenda, grande, bonito com muitos templos dentro, cheio de flores e plantas. Uma ilha na empoeirada e seca Ranchi.
Porém não gostei muito deste ashran. Por ser a sede central é muito burocrático, com muitas regras e as mulheres são trancadas nos dormitórios após as 21:15. trancadas mesmo. 
Põe um cadeado no nosso dormitório e uma indiana fica de posse da chave dormindo no quarto da frente. diziam que era para nos proteger. 
O ambiente era também muito austero e silencioso.
Ao lado do nosso ashran  tinha um outro templo que executava  o Maha Mantra (cd) no último volume noite e dia, invadindo nosso forçoso silencio.
Ranchi é a cidade que Yogananda criou sua escola de meninos que tinha um ensino normal mesclado com treinamento espiritual. Lá também tem um hospital homeopático e um hospital para leprosos.Tudo financiado pela Self.


"o mestre está aqui, o mestres está comigo"
om paz amem