quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

12- 01/02 - Perdida em Vrindavan



01/02

Saímos de madrugada para ir ao Taj Mahal muito  bonito meio impressionante. Há uma controvérsia - os hindus dizem  que o Taj era um templo pra Shiva e qdo os muçulmanos dominaram esta região o modificaram e transformaram no mausoléu. Na minha humilde opinião não, a não ser que o modificaram totalmente. Os templos hindus (eu já vi muitos aqui, até os que estão em ruínas) são muitos detalhados, cada pedra é talhada, são paredes inteiras com elefantes talhados, ou deuses etc. Ou como se fossem paredes de renda, parece que até tem movimento. São leves, ricos. O Taj parece mesmo construção dos mulçumanos, simétricos, geométricos. O Taj e um concretão, liso têm desenhos em alto relevo, mas não é talhado, porem e bonito, suntuoso, mas frio como todo mausoléu.

Um dia de criança em Vrindavam.

Após a visita ao Taj fomos para Vrindavam- historinha: o rei recebeu uma profecia que tal família geraria um filho homem que iria mata-lo. Ele prendeu a família na prisão e toda criança que eles geravam o rei, ao primeiro choro, o atirava na parede. Quando eles tiveram o quarto filho e antes do primeiro choro uma  luz encheu a prisão e  uma voz ordenou que pegassem a criança, atravessassem o rio e a trocassem por uma menina que estava nascendo aquele momento. assim foi feito. O pai pegou seu filho no colo (crhisna) as portas se abriram, os guardas tinham caído em um sono profundo atravessou o rio e em outra margem encontrou a família que havia gerado uma menina e trocou. Voltou e o rei qdo soube do nascimento foi à prisão. Os pais falaram é uma menina, a profecia estava errada - o rei não quis saber  e qdo ia jogar a menina na parede esta se transformou em uma deusa e rio da cara do rei e foi embora. Depois de 12 anos crhsna atravessa o rio e mata o rei  liberta seus pais e assume o trono- foi neste lugar que fomos. Ta tudo lá, o palácio a prisão, o rio, tudo historicamente datado e confirmado pela arqueóloga complexo tem 5.000anos.
Vrindavam é uma cidade empoeirada, com muitos pedintes (acho que esta é a maior economia local-muita suja, mas realmente linda - nossa mente não consegue definir esta mistura, só estando lá mesmo.
nossa peregrinação começou com o primeiro templo onde tem uma imagem de crhsna bebe (é aquela imagem de chrsna negro com dois olhos de diamantes. logo no começo tivemos que tirar o sapato e caminhar por aquelas ruas muito sujas. era algum dia especial pq tinha muita, mas muita gente mesmo - o Abraão disse que aquilo era um treino para a kunba mela- fomos nos apertando até chegar a imagem acho que levou uns 30 minutos até chegar quase em frente a ela.
Nosso guia disse que quem encarasse a imagem poderia ficar hipnotizado, a imagem ficava em uma espécie de palco  todos olhando e cantando para ela, de repente um cara fechava a cortina e todo mudo fazia aaaaaaaaaaaaaaa e começavam a cantar mantras falar algumas palavras etc., dai o cara abria a cortina e todo mundo falava ohhhhhhhhhhhhhh, e ficavam fazendo isso o tempo todo, abrindo e fechando a cortina. eu pensei o que será que isso quer dizer?
Abriu a cortina e todo mundo ohhhhh feliz cantavam... dai eu percebi: É o chrsna bebe, é assim que bebe gosta de brincar se esconde e aparece, lembrei do meu neto e entrei na brincadeira, ahhhhhhhhhhhh, ohhhhhhhhhhhhhhhh... dai um cara lá em cima começou a jogar água em todo mundo, um copo inteiro na minha cara e eu rindo como todo mundo brincando com o nenê. Dai fechou de vez a cortina, o bebe foi descansar toda a multidão indo embora e qdo me dei por conta meu grupo tinha desaparecido. Esperei as pessoas indo embora, passou meia hora, comecei a não saber o que fazer, as crianças me rodearam todas ao mesmo tempo pedindo dinheiro, sadu estendendo a mão, mãe com filho, velhos, parecia um filme de terror e eu (sati definitivamente eu não pareço hindu, todos querem tirar foto comigo e naquele momento me sentia uma sueca) meio perdida no meio deles pensei vou me fazer de invisível me acalmei - estou invisível- fiz cara de demente e comecei a andar de lá para cá como zumbi, dai eles foram desistindo.
Pensei Agra esta há 2 horas daqui, como vou para o hotel, estou sem celular e não tenho o celular do guia vou sentar e esperar, alguma hora e eles vão voltar, o tempo foi passando. Lembrei que desbloqueei meu celular no Brasil para emergência e que havia telefonado para a sati do celular do guia. Mas naquela hora me senti com uma filha com medo de levar bronca da mãe, estava me sentindo como criança esperei mais dai liguei pq estava ficando tudo muito deserto - o desenrolar é longo a sati não conseguia ligar, fiquei ligando de 5 em 5 minutos, levei bronca, dai comecei a chorar e finalmente ela conseguiu.
Vieram em meu socorro os 3 homens do grupo e já vieram me abraçando, - coitadinha, desculpa... - dai desabei a chorar mesmo. Me contaram que todos saíram pegaram o taxi foram para o outro templo, visitaram o outro jardim e não lembravam mesmo de mim, parecia que eu tinha apagado da memória deles. Depois uma indiana que estava como nossa anfitriã disse, mas não tinha mais uma? Dai que eles lembraram.
Um monge saiu do templo viu toda aquela confusão eles explicaram. Ele deu risada e me mandou ajoelhar perante o templo e disse que ali era um bom local para queimar carma. Me levaram para almoçar, me deram chai, doce mais eu estava de mal de todos eles. Fomos meditar na prisão que krhsna nasceu depois no palácio e fomos indo, outro templo de chrisna criança ouvimos história comemos doce e depois tinha que dar uma gargalhada- todo mundo tem que dar esta gargalhada. já estava feliz - o outro templo tinha que pegar um rikcha (uma carroça puxada por uma bicicleta) foram 5 rikchas e eu fiquei no rikcha com o Abraão - nosso monge guia- que jurou que não ia me largar mais pra eu não me perder- foi muito engraça pq a Sandra e a kie que estava atrás mandou o motorista dela nos passar, dai eu mandei o nosso motorista ultrapassa-las e dai começou uma corrida maluca de rikchas, os cara entraram na brincadeira e começaram a ultrapassar carros, passar por meio de carros -tipo nos cruzamentos mesmo por meio de motos e nos gritando, rindo, com medo, foi uma loucura, parecia que tínhamos 10 anos, dai eu percebi: ha crshina malandrinho vc me hipnotizou e me fez voltar a ser criança.
Foi uma experiência muito forte para todos. Noutro dia iríamos para ranchi o ashran do meu guru (A SEDE NA INDIA). O Renato - aquele que deu problema no começo - revelou que aquilo já bastava para ele, não aguentou e não veio conosco, voltou pro Brasil.
Eu estou cansada, a Índia é muito intensa, mas não consigo abrir mão de toda esta vivencia, vou ficando e talvez se conseguir ir a kunba mela (essa só acontece de 140 em 140 anos, fomos informados).
 "eu sou a onda faz de mim o mar"
om paz amem.

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